Nos dias 21 a 25 de novembro, a PMBCS sediou o 6º Encontro de Centros de Memória da Região América Sul. Durante o evento aconteceram oficinas, palestras e discussões, com o intuito de auxiliar no desenvolvimento do planejamento estratégico da Rede de Centros de Memória.
Entre os participantes estavam bibliotecários, especialistas, secretários, arquivistas, tradutores, historiadores, estudiosos da espiritualidade Marista e Irmãos Maristas.
Projetos que nasceram em 2015
Durante a abertura do evento foi relembrado o primeiro encontro, em 2015, que foi um ensaio para o desenvolvimento da Rede de Centros de Memória, servindo de pontapé inicial para esta iniciativa.
Também foi recordado que no mesmo ano iniciava o projeto para o Memorial Marista, que foi inaugurado em 2017, durante as comemorações de 200 anos do Instituto Marista.
O Encontro
A atividade aconteceu no Centro Marista Champagnat (CMC), em Curitiba, no estado do Paraná e reuniu participantes de toda a Região América Sul (RAS) – Províncias Brasil Centro-Sul, Centro-Norte, Sul-Amazônia, Cruz del Sur (Argentina, Uruguai e Paraguai) e Santa Maria de Los Andes (Chile, Bolívia e Peru).
Já em sua abertura, Leonardo Soares, Secretário Executivo da UMBRASIL fez questão de lembrar todos os participantes de que “falar de memória é falar da manutenção da instituição”, agradeceu os esforços e dedicação das equipes e falou sobre uma perspectiva positiva sobre o retorno as atividades normais pós pandemia do COVID-19.
Desafios
Apesar dos muitos desafios particulares de cada Região e Província, existem desafios maiores que se apresentam a todos, como a intenção de trazer os diversos negócios para a viver a essência Marista, evitar a sobreposição de projetos e caminhar lado a lado com outras Províncias, nacional e internacionalmente.
Durante sua fala, o Ir. Luis Carlos fez questão de lembrar a todos da importância de seu trabalho “Um Centro de Memórias, uma biblioteca, um arquivo são antídotos contra a amnésia”.
Ainda foi discutida a importância de manter esses espaços atuais, e aproveitar as tecnologias disponíveis para criar conteúdo dinâmico, construindo assim uma memória acessível, que dialoga com o presente para alimentar a curiosidade das pessoas. O Ir. Luis Carlos terminou sua fala reconhecendo os esforços das equipes. “A dedicação de muitos de vocês, senão todos, é admirável”, afirma.
Centros de Memória como formadores da Liderança Marista
Baseado em duas publicações – o livro Nossos Superiores Gerais, do Memorial Marista e o livro Vozes Maristas, do Instituto Marista – o Diretor Executivo da PMBCS, José Leão da Cunha Filho, ministrou uma oficina sobre Liderança Marista.
Durante a oficina foram abordadas características únicas de vários Superiores Gerais e como cada uma delas conversa com a atualidade e com o papel que se espera de um bom líder. José Leão aproveitou para afirmar que “este Memorial Marista é um presente para proporcionar aos colaboradores uma experiência inspiracional única”.
Entre as reflexões do grupo, surgiram ideias como a de que todos os Memoriais e Museus precisam prever essa formação espiritual Marista para os gestores. Ainda sobre isso, o Ir. Joaquim Sperandio aproveitou para acrescentar: “se não tivermos o mínimo de Espírito Marista, viramos uma outra instituição qualquer”. O Diretor do Memorial Marista, Dyogenes Philippsen Araújo, aproveitou para refletir sobre a oficina e as falas dos colegas. “Isso nos dá insumos para pensar no planejamento estratégico dos Centros de Memória”, diz.
Resgate das origens da Espiritualidade Marista
Com o intuito de valorizar a troca de conhecimentos propiciado por esses eventos, o Memorial Marista trouxe um de seus pesquisadores, Angelo Diniz, para falar sobre sua pesquisa acerca das origens da espiritualidade Marista.
A partir de seus estudos, Angelo chegou em um denominador único para os Maristas, o Nisi Dominus (do latim, se Deus quiser, também do salmo 126), que registra a centralidade em Cristo como pedra fundamental da espiritualidade Marista, apesar da admiração pelo jeito de Maria.
Os participantes também lembraram que a Espiritualidade Marista é a soma de comportamentos e maneiras de ser que nos distinguem de outras congregações. É o nosso “jeito de Maria”. Também foi relembrado que a Espiritualidade Marista não vem apenas do fundador, é a junção dos ideais de Champagnat e dos primeiros irmãos, vivendo como comunidade.
A importância dos arquivos e da preservação das memórias
O evento contou, também, com a presença do Ir. Juan Moral que foi arquivista do Instituto Marista e a arquivista geral de Roma, Dorotea Cinanni.
Foi reforçada a importância do cuidado com os arquivos, da conservação e principalmente, os riscos de translado desses documentos, reforça o Ir. Moral. “Não houve uma única transferência onde não se perdeu algum arquivo, portanto, atenção arquivistas, evitem ao máximo as transferências”, explica.
Os cuidados com os arquivos existentes não são a única preocupação dos profissionais da Rede de Centros de Memória. Também existe a necessidade de gerar um acervo para o futuro. Pensando nisso, o Memorial Marista apresentou alguns de seus projetos:
Projeto Relicário – uma coleção de vídeos biográficos dos Irmãos Maristas vivos, composta por depoimentos livres contando histórias e vivências.
Caixa de Memórias – criado a partir da necessidade de identificar pessoas e imagens do acervo. É onde os Irmãos auxiliam os especialistas nessa identificação.
Banco de imagens – a PMBCS vem criando um banco de imagens, tanto históricas, quanto recentes para auxiliar nas produções audiovisuais e publicitárias. O acervo pode ser disponibilizado a qualquer Província Marista que tiver a necessidade.
O Ir. Nathan apresentou a parceria entre o Memorial Marista e a Animação Vocacional que durante os dois últimos anos gerou o programa “Irmão da Vez”, que visa mostrar os aspectos humanos da vida consagrada e o projeto “Vida de Irmão”, voltado a criação de um acervo fotográfico que ilustra a vida e o dia a dia dos Irmãos. Nas palavras do Ir. Nathan é necessário “cultivar a memória recente dos Irmãos, para futuros Irmãos”.
Ilustrando essa preocupação com os registros históricos de hoje e do futuro, o Ir. Moral falou da necessidade das Províncias terem estudos e registros sobre suas origens. “Existem muito poucos estudos sobre as origens das Províncias, porém, recentemente, nesta Província, conseguimos uma excelente publicação sobre as origens dos Maristas na China!”, explica.
Durante o evento também aconteceu o lançamento oficial da primeira edição do Manual de Gestão de Acervos da PMBCS, que documenta as boas práticas para conservação e controle de nossos acervos.
Direcionamentos para o futuro
A última atividade deste encontro foi o desenho de um planejamento estratégico para a Rede de Centros de Memória, que foi baseado nos pontos mais importantes do Planejamento Estratégico da Região América Sul como:
Fortalecer a vida consagrada e laicato;
Interromper projetos que se sobrepõem;
Não interferir nos projetos locais (aqueles que estão fora do âmbito da cooperação);
O resultado deste planejamento será submetido à aprovação, para que a partir deste os Centros de Memória possam desenhar suas estratégias de atuação.
Fonte: PMBCS
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